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Uma caixinha pendurada no pescoco
Miguel Louro: 25 anos de fotografia
Uma caixinha pendurada no pescoço
(15ª exposição individual)


Foi em 2000. Esta exposição de Miguel Louro foi uma retrospectiva dos 25 anos da sua carreira fotográfica. Constituiu-se não só como reposição das suas exposições individuais e das suas práticas concursivas, mas também como antevisão dos seus trabalhos futuros, quer no âmbito de temáticas de empenhamento social, quer no âmbito de temáticas de exploração formal e subjetiva.

Na altura sintetizámos estes trabalhos de Miguel Louro: a tradição da simplicidade da fotografia como linguagem reveladora da complexidade social. Os tipos humanos e as delimitações dos seus enquadramentos ambientais, foram os focos-alvo do fotógrafo, num movimento constante de apreensão das expressões interiores e das marcas de uso e de ocupação dos espaços. Estamos perante um fotógrafo que constrói um ato de ver paciente e assimilador dos traços distintivos do drama pessoal ou do drama social, mesmo quando a sua objetiva incide sobre os objetos mais caros do consumidor de imagens: o corpo nu.

Então, escrevemos ainda: a exposição de Miguel Louro tem outra particularidade que é a de se constituir, no contexto cultural de uma cidade que celebra o bimilenário da sua fundação, como a obra de um apaixonado militante da fotografia enquanto dimensão estética da própria animação cultural da Urbe: Miguel Louro militou pela institucionalização da fotografia nesta cidade, pela sua consagração num movimento contínuo de exposições de novos autores, a par de uma continuada reposição e estudo dós fotógrafos do passado. Os anos de direção da AFCA e os seus trabalhos de conservação e de animação no Museu Nogueira da Silva são disso um testemunho exemplar.







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